segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Realização da Entrevista


No passado dia 22 de Janeiro, realizei uma entrevista preparada e resultante de um trabalho de todos os colegas inscritos na unidade curricular de Metodologias da Investigação em Educação e que teve como principais objectivos os já referenciados no post anterior:
Objectivos da investigação
1. Conhecer o que pensam esses professores sobre as redes sociais (Facebook, Myspace, Twitter, Hi 5, etc…)
2. Identificar o modo de participação (hipotética ou real) numa rede social;
3. Evidenciar as expectativas que estes têm sobre o seu uso no ensino.

Embora anónima, a publicação desta entrevista tem a respectiva autorização da entrevistada. Foram retirados alguns excertos da entrevista.
 
Ana: Ao longo da tua formação adquiriste conhecimentos na área das novas tecnologias da informação ou consideras-te uma auto-didacta?
A: Considero-me uma auto-didacta.

Ana: Utilizas as novas tecnologias da informação em contexto de aula. Se sim, quais os recursos que utilizas e com que objectivos?
B: Sim. Utilizo a Escola Virtual, Blogue de turma e outros blogues.
A Escola virtual utilizo-a sempre no âmbito da planificação das aulas de História e Geografia de Portugal ou Formação Cívica. O blogue da turma também o utilizo nesse âmbito, quer no âmbito das planificações das aulas de História, quer de FC, Área de Projecto e Estudo Acompanhado. O blogue da turma é utilizado para os alunos aplicarem as tecnologias, as TIC, pois ao publicarem trabalhos no blogue ou ao utilizarem a estrutura do blogue, estão a aplicar as novas tecnologias.

Ana: Das redes sociais que existem, quais as que conheces?
B: Conheço o Facebook e o Twitter. Já fui grande utilizadora do Twitter e tive um blogue pessoal. Deixei de ter porque me consumia imenso tempo e roubava esse tempo à família e tive de acabar com isso.

Ana: Qual o principal objectivo de cada uma das redes sociais que indicaste anteriormente?
B: Para interagir com outras pessoas… no meu caso servia para interagir com os encarregados de educação.

Ana: Neste momento encontras-te inscrita em alguma rede social?
B: Facebook. Já fui grande utilizadora do twitter, mas agora só estou inscrita no facebook. Estou inscrita também no Friendfeed, que é basicamente semelhante ao Twitter, continuo com a conta, mas nunca mais publiquei nada, desde Agosto.

Ana: Que actividades desenvolves no facebook?
B: O Facebook é utilizado para interagir com encarregados de educação, assim como o blogue. No blogue da turma, há uma caixa de conversa, com um chat onde, quer alunos, quer pais, conversam comigo sempre que há dúvidas ou necessidades sejam pedagógicas ou informações relativas à direcção de turma.

Ana: Qual a frequência de utilização dessa rede?
B: Diária, mas nunca mais de 45 minutos a uma hora.

Ana: Diz-me a tua opinião em relação às redes sociais, no geral, e quais as suas implicações nos diferentes tipos de relações, quer pedagógicas, interpessoais ou familiares…
B: Tenho duas opiniões distintas. A primeira é que estas redes sociais poderão ajudar muito diversos tipos de pessoas, quer pessoas que se encontram em contextos isolados, que vivem sozinhas, são quase um complemento da solidão dessas pessoas. Mas também, por outro lado, quase que aniquilam as relações familiares. Eu própria senti isso, porque com o meu blogue e o Twitter eu desprezava completamente a família… Já estava a entrar num ciclo e decidi que quando completasse os 50 anos, abandonaria por completo o blogue pessoal e o facebook. Quase que se torna um vício, quase como uma adição e tu não consegues fugir daquilo, pelo menos algumas horas por dia. Não sou utilizadoras de chats, nunca fui…portanto tenho muito medo dessas coisas e inclusivamente sempre alertei os meus filhos e os meus alunos porque é extremamente perigoso. Eu utilizava muito o meu blogue, mais no sentido daqueles que se utilizam sobre a educação. O meu blogue era muito heterogéneo, mas levava-me muitas horas do dia, e quer os filhos quer o marido ficavam para segundo plano.
Isto foi muito complicado, tive imensas queixas da família e tive mesmo de acabar com aquilo. Isto em termos de Twitter e blogue pessoal.
O Blogue da turma consome-me imenso tempo, mas penso que é fundamental para a relação escola-família.

Ana: Consideras que as redes sociais podem ser utilizadas em contexto educativo?
B: Considero. Eu própria as utilizo. Utilizo o Facebook em contexto educativo. Conforme disse há pouco, comunico muito com as famílias. Tenho muitos encarregados de educação que me fazem perguntas no Facebook e eu própria publico trabalhos no blogue e faço share para o Facebook. Portanto partilho documentos educativos e pedagógicos no Facebook.

Ana: Que exemplos podes fornecer de possíveis utilizações educativas das redes sociais?
B: Para além das já indicadas, é também um complemento amigável entre certas pessoas, com as famílias… a nível de complemento de afectos e solidões…pode ser útil como partilha de informações gerais e sei que as há, muito a nível educativo, a nível de informações várias sobre sindicatos, publicações até de decretos-lei… de legislação.

Ana: Consideras que as redes sociais podem influenciar a prática pedagógica dos professores? De que forma?
B: Influenciam bastante. Eu vejo sempre de uma forma positiva, não vejo nunca de uma forma negativa, a nível de complemento de afectos e das próprias aprendizagens dos alunos.

Ana: Consideras existirem para os alunos, em termos de aprendizagem, vantagens na utilização educativa das redes sociais?
B: Existem muitas vantagens, porque eles aprendem melhor a manusear as novas tecnologias e serve como complemento às aprendizagens, já que os alunos produzem e publicam os seus próprios trabalhos no blogue, sendo depois partilhados no Facebook.

Ana: Refere 2 vantagens e duas desvantagens que observas na utilização de redes sociais no ensino.
B: Vantagens:
- complemento de informações e relações escola-família.
- complemento e partilha de materiais pedagógicos.
Desvantagens:
- vou realçar uma, porque sei que poderá haver intromissão de terceiros nestas redes sociais e que poderão muitas vezes apoderar-se do nome da pessoa e inclusivamente escrever coisas negativas, porque sei que isso existe…nunca me aconteceu, nem com comentários nem com apropriação do meu nome pessoal, quer enquanto professora, mas sei que pode haver uma apropriação indevida do nome da pessoa.
- outra poderá ser a questão do já referido grau de “vício” que provoca nas pessoas que utilizam estas redes e que prejudicam as relações familiares.

1 comentário:

  1. Olá,

    Tenho uma dúvida que penso que poderá saber a resposta.

    Num pequeno projecto de investigação que tenho de realizar, pretendo estudar se existem diferenças estatisticamente significativas ao nivel da satisfação/insatisfação docente entre professores de E.F. do quadro de nomeação definitiva e professores de E.F. contratados, que se encontrem a leccionar em Coimbra.

    Se eu for aplicar o questionários a todos os professores que se encontram nas situações anteriores, de todas as escolas de coimbra, qual a minha população e amostra?

    Neste caso não é a mesma coisa? Se vou aplicar um questionario a todos os professores de E.F que se encontram a leccionar em Coimbra, na situação de professor de quadro de nomeação definitiva e professor contradado, não é necessário determinar uma tecnica de amostragem e respectiva amostra pois nao?

    Ou o facto de estar a limitar o estudo a professores apenas nas situações anteriores e em Coimbra porque é onde tenho acesso, já estou a usar uma tecnica de amostragem intencional e por conveniencia? Penso que só seria assim se o objectivo fosse escrito de uma forma mais geral: saber se existem diferenças ao nivel da satisfaçao insatisfação perante situações profissionais diferentes. Mas no objectivo do estudo sou mais detalhado e disse logo que seria entre uma situação e outra.

    Peço que responda aqui ou para o meu email se possível.

    Obrigado desde já,

    Tiago
    TPoTheAnswer@hotmail.com

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