sexta-feira, 20 de novembro de 2009

TEMA 2 - A recolha de dados

Tema lançado pela professora no fórum iniciado a 16 de Novembro de 2009




As investigações dentro do paradigma positivista utilizam métodos quantitativos para recolher dados empíricos (seja de métodos experimentais ou quase experimentais, ou métodos que procuram relações de causa-efeito com objectivos de generalização, etc.)
Contudo, também investigações no âmbito de paradigmas naturalistas e do paradigma sociocrítico faz uso de dados quantitativos. Investigações de natureza exploratória, de entrada no campo recolhem dados por vezes misturando técnicas quantitativas e qualitativas.
Nesta raiz pretende-se fazer um apanhado geral da recolha de dados usando técnicas quantitativas, discutir as suas vantagens e procurar  ver em que casos elas serão úteis.
Baseando-se nas pesquisas efectuadas, quem inicia a discussão?
[ ] Alda Pereira

Intervenção em 18 de Novembro de 2009


(...) após as minhas pesquisas, apenas irei focar, neste primeiro post, alguns aspectos concernentes à temática em causa, tentando complementar os assuntos que já foram mencionados.

Antes de mais, devo dizer que este tipo de abordagem (recolha de dados usando técnicas quantitativas), é um método de pesquisa social que procura exprimir as relações de dependência funcional entre variáveis para tratarem o “como” dos fenómenos.


Por norma, a recolha de dados é feita através de inquéritos por questionário, procedendo-se depois à organização dos dados, recorrendo-se por fim a técnicas de estatística descritiva.


O pesquisador procura identificar os elementos constituintes do objecto estudado, estabelecendo a estrutura e a evolução das relações entre os diversos elementos.
É uma pesquisa normalmente indicada para informações positivistas, precisas e em casos que se podem generalizar.

Como se tratam de dados métricos (medidas, comparação/padrão/metro) e as abordagens são experimental, hipotético-dedutiva, têm como base as metateorias descritivas e formalizantes. A sua grande vantagem é a automaticidade e precisão e o controle dos bias.
É uma abordagem apropriada para medir opiniões, atitudes e preferências, como comportamentos. O pesquisador, diante das exigências do projecto, deve buscar o controle da subjectividade, levando os indivíduos a expressarem livremente as suas opiniões, respeitando igualmente os valores e responsabilidades do pesquisador para consigo e para com a sua profissão, fazendo interpretações através de um esquema conceptual, salvaguardando a expressão de opiniões, crenças, atitudes e preconceitos.





Intervenção em 19 de Novembro de 2009





Começaria por definir questionário, segundo Quivy & Campenhoudt: 1992, “o questionário é um instrumento de observação não participante, baseado numa sequência de questões escritas, que são dirigidas a um conjunto de indivíduos, envolvendo as suas opiniões, representações, crenças e informações factuais sobre eles próprios e o seu meio”.


Apesar de não ser imprescindível que todos os projectos de pesquisa utilizem o questionário como instrumento de recolha e avaliação de dados, este revela-se muito útil na pesquisa científica, sobretudo no campo das ciências da educação.
A construção de um questionário não se afigura, todavia, uma tarefa fácil, mas dedicar algum tempo e esforço na sua construção pode constituir um factor favorável ao “crescimento” de qualquer investigador.

A elaboração e aplicação de um inquérito por questionário, pressupõe que se tenha em conta a interacção indirecta existente entre ele e os inquiridos. Por exemplo, as habilitações do público-alvo deverão ser consideradas, uma vez que a linguagem e o tom das questões que constituem esse mesmo questionário, são factores bastante importantes.
É de salientar que as questões formuladas devem ser muito bem organizadas, devendo ser apresentadas numa ordem lógica para quem a ele responde, evitando perguntas irrelevantes, insensíveis, intrusivas, desinteressantes, com uma estrutura (ou formato) demasiado confusos e complexos, ou ainda questões demasiado longas.

Devem ser evitadas perguntas ambíguas que possam, por isso, ter mais do que uma resposta ou sentido, que por sua vez, levem a ter diferentes interpretações. Questões baseadas em pressuposições, double-barrelled questions (duas questões numa só) também não devem ser feitas, bem como perguntas de natureza pessoal, ou que abordem assuntos delicados ou incómodos para o inquirido.
Muito importante: as questões devem ser limitadas e adequadas à pesquisa em causa. Deste modo, elas devem ser desenvolvidas tendo por base três princípios básicos: o Princípio da clareza - devem ser claras, concisas e unívocas; o Princípio da coerência - devem corresponder à intenção da própria pergunta e o Princípio da neutralidade - não devem induzir uma dada resposta, mas sim libertar o inquirido do referencial de juízos de valor ou do preconceito do próprio autor.

Existem dois tipos de questões num questionário:
de resposta aberta - permitem ao inquirido construir a resposta com as suas próprias palavras, permitindo a liberdade de expressão.
de resposta fechada - o inquirido apenas selecciona a opção (de entre as apresentadas), que mais se adequa à sua opinião.
Existem ainda questionários que contém questões de resposta aberta e fechada no mesmo questionário e podem chamar-se mistos.


No que diz respeito ao questionário enquanto instrumento de inquisição a um determinado número de pessoas, este apresenta algumas vantagens e desvantagens.
As principais vantagens traduzem-se em: quantificação de uma maior franja de inquiridos, sistematização dos resultados fornecidos, uma maior facilidade na análise dos dados e sua interpretação, reduzindo o tempo que é necessário despender para recolher e analisar os dados, o seu baixo custo e garantia de anonimato, em grande parte dos casos.

Esta aplicação dos questionários apresenta, por outro lado, também desvantagens ao nível da sua concepção, pois é necessário ter em conta vários items tais como: a quem se vai aplicar, o tipo de questões a incluir, o tipo de respostas que se pretende e o tema que se está a tratar.

Os questionários fornecem respostas escritas a questões previamente fornecidas e como tal existe uma elevada taxa de não- respostas. Esta dependerá da clareza das perguntas, natureza das pesquisas e das habilitações literárias dos inquiridos. No tocante à natureza da pesquisa verifica-se que se aquela não for de utilidade para o indivíduo, a taxa de não - resposta aumentará.


A administração do questionário pode ser directa ou indirecta e deve possuir características que vençam a resistência natural e inércia dos indivíduos inquiridos.


Quanto à utilidade de um questionário, e a título de exemplo, quando aplicado a um público-alvo constituído, por exemplo, de alunos, é possível recolher informações que permitam conhecer melhor falhas e lacunas, bem como ir ao encontro de metodologias de ensino mais eficazes, melhorando a qualidade do ensino.

1 comentário:

  1. Este conteudo ajudou - me muito na recolha e copreençao do tema que estou a defender com os meus colegas de grupo. Obrigado

    ResponderEliminar